quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Conversa sobre violência.

Hoje pela manhã fiquei profundamente consternada com a exibição de duas matérias no Jornal do SBT Manhã. Ambas falavam sobre violência e ambas tinham mulheres envolvidas (tentarei postar os vídeos após liberação da emissora).

A primeira reportagem cruel falava da violência cometida por um ex-parceiro que aos socos e agressões verbais por pouco não conseguiu matar a jovem que teve ainda sua casa ateada de fogo. Com os cabelos cortados pelo agressor a jovem denunciou o descaso da polícia e foi ao telejornal mostrar a quase falência de seu corpo. Teve coragem, não escondeu a casa, não cobriu seu rosto. Ao contrário, mostrou todas as marcas da violência. Conseguiu escapar da morte com a fuga do agressor que ainda não foi encontrado pela polícia, mas que já havia sido denunciado pela vítima.

A única falha nesse primeiro caso foi a emissora ou até mesmo a vítima não terem exposto a cara do bandido agressor. A agredida, vítima que mancava ao conversar com o repórter não preocupou-se com sua imagem. Por que? E a imagem do agressor, por que escondê-la? Por que nos privar da mesma?

A segunda reportagem veiculada logo em seguida e penso que até propositalmente exposta desta forma, mostrava uma mãe agressora que ao repreender seu filho lhe queima o rosto com uma colher de pau. Não se educa filho desta forma, mesmo com o erro do garoto de 9 anos não se agride nenhum ser humano de forma alguma. O rosto semi exposto da criança ressaltava o olho queimado e a agressora negava o crime. Crime provavelmente cometido por essa mãe de uma família e classe social desestruturada acostumada com a violência, o que não é desculpa para nada.

A mãe-agressora deve ser punida, deve ser exposta e deve perder a guarda dessa criança antes que a mesma cresça acreditando que violência gera violência, enquanto deveria aprender que gentileza gera gentileza. Mas, voltando ao primeiro caso pergunto e deixo a reflexão para vocês: por que o agressor da primeira reportagem não teve o mesmo "cuidado" aos ser exposto e a mulher da segunda reportagem sim?

Não estou defendendo a mãe-agressora entedam! Mas, defendendo a divulgação da imagem de todos os tipos de agressores. Não só de mulheres e crianças, mas de homens, idosos, homossexuais, nordestinos e tantos outros.

Vamos refletir sobre isso.

Carol Cavalcanti.

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